A meta era completar em menos de quatro horas. E Luciana de Lira foi lá e fez. A chuva, o vento forte e a temperatura de pouco mais de 13 graus na largada da Maratona de Porto Alegre, no último domingo, não estragaram os planos traçados durante todo o treinamento por ela, que cruzou a linha de chegada em 3h57min. Há quem veja azar em treinar por mais de seis meses e, bem no dia da prova, enfrentar um clima desfavorável. Mas Luciana sabe bem que, quando se trata dos 42 km, sorte ou azar são palavras que não cabem – esforço, dedicação, disciplina e determinação, essas, sim, fazem a diferença!
É bem verdade que a história da atleta amadora na distância começou por causa de uma dose de sorte. Ela já corria provas de 5 km e 10 km há alguns anos quando, em 2017, decidiu acompanhar uma turma de amigos que ia correr a Maratona de Nova York. “Eu e meu marido compramos a passagem para assistir. Daí um dos meus amigos, o Daniel Moreno, sugeriu que eu me inscrevesse na loteria para a inscrição, disse que era praticamente impossível eu ser sorteada. Quase morri do coração e matei o Daniel quando recebi a confirmação de que eu, que até ali não havia feito nem meias maratonas, havia sido sorteada. E tinha oito meses para me preparar para os 42 km”, lembra Luciana, hoje grata ao colega.
Uma das dicas do treinador para os planos da estreante de última hora de completar bem a prova darem certo, em tão pouco tempo, foi ela procurar o médico do esporte Gustavo Magliocca, na CareClub, para ter um acompanhamento paralelo aos treinos. “Foi a melhor coisa que eu fiz. Passei por vários exames, pela reeducação funcional com o Renan Malvestio (fisioterapeuta) e por sessões de recovery. E comecei uma dieta com a nutricionista Julia Vasconcellos”, ela diz. “Eu tinha 21% de gordura, sequei para 11% com a orientação dela.”
O resultado de todo o trabalho foi uma estreia tranquila, numa das maratonas mais duras do mundo. “Todos diziam que Nova York é muito difícil por causa das subidas. Mas terminei sobrando, sem sofrer, em 4h15min. Meu marido e meu filho estavam na chegada. Foi uma experiência tão transformadora e emocionante, que assim que voltei de viagem fiz planos para mais maratonas. Este ano, além de Porto Alegre, em que consegui baixar meu tempo em 18 minutos, vou correr Nova York novamente. Não sei como pude passar tantos anos sem maratonas na minha vida, não paro nunca mais. E também não largo mais a equipe da CareClub. É o meu investimento para correr sempre bem, sem me machucar”, diz Luciana.