Foi um número na balança que deu o sinal de alerta. Em 2010, o analista de sistemas Leonardo Pereira chegou a 120 kg, muito acima do seu peso ideal, mesmo levando em consideração seu 1,94m de altura. Aos 36 anos, o fluminense de Volta Redonda decidiu que era hora de tomar uma atitude e começou a correr para emagrecer e ganhar qualidade de vida.

A primeira maratona ele completou em outubro de 2012, na plana Chicago. “Meus amigos dizem que já estreei em grande estilo. Resolvi fazer uma maratona porque já tinha feito sete meias e achava que, para ser um ‘corredor de verdade’, eu precisava ter no meu currículo a tão falada e nobre distância. E aí fui mordido pelo ‘bichinho’ da maratona”, conta. Depois disto, já fez Berlin (2013), Chile (2014), Amsterdã (2014), Londres (2015), Disney (2016), Nova York (2016) – onde conquistou seu recorde pessoal, 3h37 – e agora Tóquio, que aconteceu às 9h10 (horário local) do último domingo, 25 de fevereiro.

Para o mais recente desafio, Leonardo vinha se consultando com a nutricionista esportiva da CareClub Julia Vasconcellos. “Ela me ajudou muito a reduzir meu percentual de gordura e, assim, melhorar meu desempenho na corrida”, afirma. Ele conta que há um ano também fez o teste ergoespirométrico na clínica, sob supervisão do cardiologista Marcelo de Moura. “O exame me auxiliou principalmente na definição dos treinos para melhorar meu VO2”.

Leonardo completou os 42 km do Tóquio em 3h45, sendo o 26^o brasileiro entre os 90 que disputaram a maratona. Não bateu seu recorde pessoal, mas teve uma experiência memorável. “Acho que o frio me atrapalhou muito. Na largada fazia 5^o C, mas ventava muito e a sensação era de 1^o C. Doía mesmo. Mas é uma prova com uma organização absurda, tudo funciona, desde antes da largada. É plana e tem gente torcendo o tempo todo. Aquela torcida contida, bem oriental mesmo, mas eles estão lá!”, conta.

Tóquio faz parte de uma difícil missão: correr duas maratonas em 50 dias. A próxima será agora em abril, em Boston. “Faltam 40 dias e estou muito animado. Pretendo fechar as seis Majors e ganhar minha Six Star Medal”, revela. Mas sabe que o grande prêmio ele já levou com a corrida: qualidade de vida. “Hoje peso 94 kg. Uma diferença gigante, né? Foram 26 kg deixados pelo caminho.”