A discussão em torno da regulamentação da telemedicina – o atendimento ao paciente por vias digitais – não é nova. Mas a pandemia acelerou as coisas e a ferramenta foi autorizada pelos órgãos competentes, entre eles o Conselho Federal de Medicina e o próprio governo federal. Uma ferramenta, aliás, que vem se mostrado importantíssima durante o confinamento para o combate à Covid-19.
A Care Club aderiu à telemedicina e tem atendido seus pacientes, sempre que possível, à distância. O ortopedista Luiz Marchese, da unidade Ibirapuera, alerta sobre alguns cuidados que devem ser tomados para que a teleconsulta seja eficiente. “O primeiro deles, que parece óbvio mas nem sempre é levado em conta, é que os dois lados, médico e paciente, estejam com boas conexões de internet, para que a comunicação seja plena e a mensagem seja transmitida com qualidade”, ele diz. “E a consulta deve ter vídeo, e nunca ser apenas por voz. O médico precisa ver a expressão do paciente, ler seu gesticular, seu movimento corporal, tudo que traduza melhor o sentimento que aquele paciente mostra ter, em relação à sua queixa.”
Marchese lembra que é indiscutível que a consulta presencial, com a possibilidade de apalpação e avaliação física ao vivo, é mais completa. E que, por isso, ela muitas vezes é necessária. “Se, durante uma consulta por vídeo o médico perceber que é fundamental ter uma avaliação mais precisa e minuciosa, ele pode interrompê-la e solicitar um encontro. Vamos até o limite da potencialidade do método virtual, sempre pensando na saúde do paciente.”
Para o ortopedista, que tem atendido muitos de seus pacientes à distância, a telemedicina tem se mostrado uma excelente ferramenta, por seus benefícios de encurtar distâncias e eliminar deslocamentos, e por potencializar o acesso dos pacientes ao conhecimento médico. “Muitos deles recorriam ao doutor Google, e acabavam com respostas muito equivocadas para suas queixas e problemas”, diz Marchese.
Durante uma teleconsulta, o médico pode solicitar exames e prescrever tratamentos e medicamentos assim como numa consulta presencial. “A recomendação dos órgãos que regulamentam a prática é que seja feita sempre uma anotação no prontuário do paciente de que o atendimento foi online”, explica o médico. “Mas ela tem tudo para continuar a acontecer, mesmo depois do fim da pandemia. Especialmente para retornos, quando a pessoa já foi avaliada presencialmente num primeiro encontro presencial, ou sempre que não houver necessidade de uma nova avaliação minuciosa.”