Ficar confinado dentro de casa traz uma série de mudanças – no trabalho, na prática de atividade física e também na alimentação. É preciso repensar metas e realinhar a rotina para manter a saúde física e mental. A reorganização da rotina alimentar durante a quarentena foi tema de uma das lives da série Care Club Vida Ativa e Saudável. Com mediação do jornalista Ricardo Capriotti, diversos especialistas da clínica falaram sobre a pandemia de Covid-19 e seus impactos.  

“O foco principal agora deve ser minimizar o estresse, e não pensar em coisas como percentual de gordura, por exemplo”, disse Julia Vasconcellos, nutricionista da Care Club Itaim e Parque do Povo. Uma das estratégias propostas por Julia para não aumentar o estresse é evitar se pesar a todo momento. “No lugar da balança, use sua percepção e preste mais atenção às suas roupas.”

Como muita gente diminuiu a prática de atividade física, por estar em casa, é necessário, muitas vezes, readequar a dieta a fim de evitar o ganho de peso. Some a isso a ansiedade gerada pela pandemia e pelo confinamento, que pode levar a um aumento na ingestão de comida e de guloseimas. “É preciso avaliar caso a caso, e por isso estamos atendendo remotamente quem precisa de orientação”, diz Julia. “Mas existem algumas orientações gerais que podem ajudar neste momento.”

Para a nutricionista, não é hora de aderir a dietas muito restritivas, que podem sabotar a saúde mental e a imunidade. “Tem gente que decide reduzir drasticamente a quantidade de carboidrato na dieta, para evitar o ganho de peso, por exemplo, mas daí fica extremamente irritada”, ela explica, ponderando que, por outro lado, há pessoas que reagem de maneira oposta ao carboidrato. “Para alguns, ele é um gatilho para querer comer ainda mais. Nestes casos, a redução pode ser interessante.”

Quanto à imunidade, Julia frisou a importância de manter uma alimentação com variedade de nutrientes, dando preferência sempre à “comida de verdade”, sem muitos industrializados. “Pode ser interessante suplementar Vitamina D, principalmente para aquelas pessoas que costumam ter uma taxa mais baixa desta vitamina.”

O Ômega 3 também pode ser suplementado neste momento, uma vez que no confinamento diminuímos a ingestão de peixes, principais fontes desta gordura. “E é importante tomar muita água e consumir fibras, para manter a saúde gástrica”, diz Julia. “É possível incluir probióticos e glutamina na dieta para melhorar o intestino. E, para quem não está conseguindo variar nutrientes, um polivitamínico pode ajudar.” A nutricionista, no entanto, reforça que o ideal é cada caso ser analisado por um especialista. “Por isso a consulta remota é uma ótima ferramenta.”