Em tempos de Copa do Mundo, as lesões no futebol muitas vezes ganham os noticiários por tirarem grandes craques da competição. Mas nem só os atletas profissionais passam por isso – elas são frequentes também entre os amadores, e acontecem diariamente. “No futebol, as lesões mais frequentes são as macrotraumáticas, ou seja, aquelas provocadas por mecanismos extrínsecos”, explica Renan Malvestio, coordenador da equipe de fisioterapia da CareClub. Isso quer dizer que elas normalmente ocorrem após traumas e acidentes pontuais, como entorses, pancadas ou quedas. “O tratamento também costuma ser pontual, depende de cada lesão, e fisioterapia para analgesia e reabilitação é fundamental até a volta do atleta à ativa.”
Há, no entanto, alguns casos de lesões também frequentes no futebol que são causadas por sobrecargas – como tendinites, em especial a patelar, pubalgia e as lesões articulares de joelho. “Estas tendem a se tornar mais crônicas, porque o mecanismo que leva a elas é intrínseco, tem a ver com o comportamento motor do atleta, suas posturas e movimentos na prática do esporte”, diz Cássio Siqueira, fisioterapeuta da CareClub. Quando o problema é causado pela biomecânica do próprio atleta, o indicado é que, como parte do tratamento, ele passe por uma reeducação funcional. “Se não mudarmos o padrão do movimento, ele tende a voltar. Por isso há jogadores que passam a carreira inteira com um tipo de lesão recorrente”, explica Renan, que atenta ao fato de que a indicação de reeducação funcional pode acontecer também em algumas situações de lesões macrotraumáticas. “Após o tratamento, que às vezes é até cirúrgico, o atleta tende a ficar afastado por um tempo e, quando volta, pode alterar seu mecanismo exatamente por conta da lesão ou da recuperação. Alguns vícios de movimento que não existiam antes de o atleta se machucar podem aparecer. Se eles não forem abordados, novos problemas tendem a surgir.”