Incontáveis vezes já nos deparamos, tanto no consultório quanto no meio social, com mulheres dizendo que já perderam urina ou conhecem alguém que costuma perder quando dá risada, tosse, durante a aula de jump, na academia, ou quando corre. E geralmente esse comentário vem seguido da frase: “ah, mas é normal, né?!” E eu te digo: “não, não é normal perder urina, mesmo que seja comum”.
E quando digo que é comum, é comum mesmo: na população geral, chega a variar de 25% a 45% a prevalência de incontinência urinária, já em corredoras, essa prevalência fica em torno de 30%. Essa condição é pouco reportada, devido a tabus, constrangimentos e até mesmo a crenças de que é normal. São fatores de risco a idade, menopausa, número de gestações, obesidade, constipação e histórico na família de incontinência urinária. Nas atletas, soma-se ainda fatores como treinos com duração acima de 8 horas na semana, desordens alimentares e IMC acima ou abaixo do ideal.
As causas para a perda urinária são diversas, muitas vezes pode ser devido há um desbalanço das forças que atuam sobre a cavidade abdominal, porém é preciso uma avaliação detalhada com a fisioterapia pélvica para identificar o que está acontecendo, de forma individualizada. É importante não deixar para depois o tratamento, a incontinência urinária traz prejuízos sociais, psicológicos, relacionais e até mesmo na prática esportiva, 60% das mulheres param de praticar esporte e 23% reduzem a prática esportiva devido às perdas urinárias.
Fique atenta, perder urina, mesmo que seja só umas gotinhas e mesmo que não seja tão frequente, ou em todos os treinos, não é normal!