“A sensação ao longo de todo o percurso é de privilégio, de estar participando de algo grandioso. É tão emocionante que chorei de soluçar várias vezes.” Assim Marcelo Prata resume sua participação na Maratona de Nova York, no último domingo (3/11) – sua segunda maratona e a estreia em uma Major, uma das seis maiores maratonas do mundo.
Cliente da Care Club Piracicaba, Marcelo conta que já esperava uma prova emocionante e com organização impecável. “Mas ainda assim Nova York surpreende, porque tudo funciona muito bem”, ele diz. “A largada fica longe de Manhattan, em Staten Island, mas a ida é tranquila – peguei o metrô e depois o ferry (balsa), um percurso bacana que eu nunca tinha feito na cidade. E como ela é feita em ondas, nem parece que são mais de 53 mil participantes, porque sai um pouco por vez e dá uma diluída boa.”
Para Marcelo, a largada na Ponte Verrazano é um dos pontos altos da prova. “O hino americano é cantado, dão um tiro de canhão e então começa a tocar Frank Sinatra (no clássico New York, New York). É arrepiante toda aquela multidão e a vista que se tem da ponte – à esquerda a gente vê Manhattan inteira”, ele conta. “Não tem como não pensar em tudo pelo que passamos, na vida pessoal, profissional e de atleta, para estar ali, naquele momento.”
Para chegar ali, foram muitos meses de dedicação, disciplina e cuidado. Depois de sua primeira maratona, em Florianópolis, no ano passado, Marcelo teve uma lesão e contou com a equipe da Care Club para se recuperar. “Eu sabia que Nova York é uma maratona extremamente técnica, que exige muito do corredor, e que para corrê-la com bons resultados eu precisaria deste acompanhamento. Foi o que aconteceu.” E, para Marcelo, bons resultados não são sinônimo de performance. “Tanto que fiz um tempo pior que o da minha estreia, mas numa prova muito mais dura. Não corro pensando em performance, corro para me divertir, sentir prazer, como uma válvula de escape que me ajude a manter corpo e mente sãos.”
Na preparação, ele fez teste de VO2 máximo com o cardiologista Luis Fernando Barone e acompanhamento com o fisioterapeuta e osteopata Gabriel Boal. “O Dr. Barone confirmou que meu corpo aguentaria os 42km e o Gabriel o preparou ainda mais para isso”, conta Marcelo. “Nos dois meses anteriores à maratona, eu tinha sessões semanais de osteopatia, o que fez toda a diferença.”
A Maratona de Nova York é dura especialmente por conta de suas muitas subidas. “Eu senti muito a da ponte do Brooklin e as do final da prova. As ruas parecem retas, mas são falsas retas”, conta Marcelo, que se encantou com a alegria da torcida nas ruas. “Assim que saímos da Ponte Verrazano tem público em volta. As famílias vão em peso e a comemoração é também deles, junto com as bandas tocando ao longo do percurso. Eu corri com uma camiseta do Brasil e foi muito bacana. As pessoas gritam, incentivam, batem na mão, dão água, oferecem doces. O calor humano é tão forte que em momentos mais duros eu até ia para o meio da avenida, para não perder a concentração.”
Com a medalha no peito, Marcelo já faz planos para sua próxima maratona. “Fiz inscrição para Berlim, vamos ver se consigo a vaga. Ainda sou um iniciante, comecei na corrida há três anos, caminhando. Mal podia imaginar que este esporte ia me ensinar tanto a respeitar os limites do meu corpo, sobre importância do descanso, da boa alimentação, a entender meus próprios limites.”