Lesão do ligamento colateral ulnar (LCU) da articulação metacarpofalangeana do polegar é apontada como até 10 vezes mais frequente que a lesão do ligamento colateral radial e tem prevalência maior no sexo masculino.
O mecanismo de trauma ocorre com desvio radial súbito e forçado do polegar, geralmente por queda com o polegar abduzido ou queda com algum objeto na mão, o que acaba fazendo um fulcro e forçando ainda mais o desvio radial do dedo, como ocorre com esquiadores que caem segurando o bastão.
Esta lesão, por ser relativamente frequente entre os praticantes do esqui, também é conhecida como skier’s thumb.
O termo gamekeeper, apesar de muito utilizado na vida diária para descrever a lesão aguda, foi introduzido por Campbell em 1955 (gamekeeper’s thumb) para lesão crônica gerada por esforços repetitivos, devido à forma com que essas pessoas sacrificavam pequenos animais.
Nos casos de lesão completa do LCU em que o mesmo é desinserido da falange proximal, com a retração proximal do ligamento, pode ocorrer interposição da aponeurose do musculo adutor do polegar, o que impede a cicatrização ligamentar. Essa situação é conhecida como lesão de STENER.
EXAME FISICO
Pacientes com lesão do ligamento colateral ulnar do polegar geralmente se apresentam com edema, equimose e dor na face medial da articulação metacarpo falangeana.
Teste de stress é realizado para se avaliar a “patência” do ligamento e este teste sempre é feito também na mão não lesada, de forma comparativa.
EXAMES DE IMAGEM
Radiografia
As radiografias devem ser obrigatoriamente realizadas para se investigar presença de fratura da base ulnar da falange proximal e o desvio da mesma.
Também avaliamos se há subluxação da articulação, que pode estar associada a uma lesão mais extensa (subluxações leves podem ser normais – comparar com o lado contra-lateral se houver dúvida).
Pode-se realizar também rx sobre estresse, comparativo. Alguns autores afirmam não haver grande utilidade nesse exame, pois a alteração vista nesse exame de imagem poderia ser percebida no teste clínico.
Ultrassonografia e Ressonância magnética:
O diagnóstico da lesão é clínico e, em teoria, se o exame clínico não deixa dúvidas, não há indicação para outros exames complementares.
Se forem solicitados, ambos podem detectar extensão da lesão e presença de interposição da aponeurose do m. adutor do polegar, sendo a ressonância um exame mais acurado e geralmente o de escolha.
TRATAMENTO
Fraturas da base ulnar da falange proximal sem desvio são tratadas conservadoramente, com imobilização por quatro semanas. Fraturas com desvio são de tratamento cirúrgico.
Lesões ligamentares parciais são tratadas conservadoramente com imobilização por seis semanas, das quais: quatro semanas em período integral e 2 semanas adicionais já com inicio da reabilitação. A imobilização ideal é uma órtese que deixe o punho e a articulação interfalangeana do polegar livres.
Para lesões ligamentares totais indicamos tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico nas lesões ligamentares é usualmente a reinserção do ligamento com uso de âncora.
Se houver fragmento ósseo associado, pode haver necessidade de fixação dependendo do tamanho desse fragmento.
Para um tratamento completo entre em contato com a unidade Care Club mais próxima.