O rádio é um dos ossos que compõem o antebraço, e na região do punho é o osso com maior largura (local que chamamos de rádio distal).
Epidemiologia
A fratura do rádio distal corresponde a aproximadamente um sexto das fraturas do corpo humano e são as mais frequentes dos membros superiores. Pode acometer todas as faixas etárias: crianças, adultos jovens e idosos. Nas crianças e nos idosos a fratura pode ocorrer com traumas de baixa energia, como quedas da própria altura. Nos adultos jovens normalmente envolvem trauma de alta energia.
Etiopatogenia
A fratura do rádio distal frequentemente ocorre após queda sobre o punho com o braço estendido.
No caso dos idosos com osteoporose associada, quedas da própria altura podem ocasionar fraturas graves e bem desviadas.
Nos adultos jovens, normalmente essas fraturas estão relacionadas a traumas esportivos ou acidentes com alta energia (acidentes de carro, quedas de altura, acidentes de bicicleta).
As fraturas do rádio distal podem vir associadas a outras fraturas, como fratura da ulna distal e fratura dos ossos do carpo.
Causam dor imediata no momento do trauma, edema, hematomas, incapacidade funcional e algumas vezes uma deformidade bem aparente no punho.
Existem diversas classificações para fratura do rádio distal, que podem se apresentar em graus variados de gravidade. Fraturas articulares, com muita fragmentação óssea e com desvio grande entre os fragmentos normalmente são as mais graves e mais difíceis de tratar.
Normalmente uma radiografia do punho aliada ao exame físico é suficiente para o diagnóstico. Algumas vezes é necessário complementar com exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para melhor visualização da fratura, diagnóstico de lesões associadas e/ou planejamento cirúrgico quando necessário.
Tratamento
Nas crianças o tratamento não cirúrgico é indicado na maioria dos casos de fraturas isoladas do rádio distal, devido ao grande potencial de remodelação óssea. O grau de desvio aceitável entre os fragmentos é maior nas crianças mais jovens e menor em pacientes adolescentes. Algumas vezes é necessário reduzir a fratura, ou seja, fazer uma manobra para melhorar o desvio do osso (normalmente após anestesia local ou sob anestesia geral em centro cirúrgico). Estando a fratura estável e dentro dos limites de desvio aceitável, é realizado o tratamento com imobilização gessada por 3-6 semanas, a depender do tipo de fratura. Caso a fratura seja instável ou não esteja dentro do desvio aceitável, é necessária fixação com Fios de Kirschner ou hastes intramedulares.
Nos adultos jovens e nos idosos, as fraturas extra-articulares e com desvio inicial pequeno podem ser tratadas com imobilização gessada ou órteses, após redução da mesma se necessário. São realizados controles radiológicos semanais no início do tratamento e, mantendo-se o bom posicionamento da fratura, completamos o tratamento após 6-8 semanas de imobilização. Nas fraturas articulares, com desvio inicial importante ou com cominuição óssea associada, normalmente é indicado o tratamento cirúrgico. Através da abordagem direta da fratura na cirurgia, conseguimos restaurar a anatomia do rádio distal e garantir uma melhor fixação dos fragmentos ósseos, até a consolidação dos mesmos. Existem diversas opções de tratamentos cirúrgicos e uma ampla gama de implantes disponíveis para a fixação dessas fraturas. Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando-se o tipo de fratura e as características de cada paciente (doenças associadas, estilo de vida, idade), e assim propor o melhor tratamento para cada paciente.
Atualmente existe uma tendência a indicar mais a abordagem cirúrgica nos pacientes adultos que sofreram fraturas do rádio distal devido a melhora dos implantes oferecidos e menor tempo de imobilização quando comparado ao tratamento com gesso/órtese. Cabe ao médico discutir com o paciente as melhores opções de tratamento, esclarecer as vantagens/desvantagens de cada método e junto com o paciente chegar ao tratamento escolhido para o seu caso.
Tanto o tratamento com imobilização quanto o tratamento cirúrgico exigem reabilitação com terapia de mão, além de um período de repouso de atividades físicas e esforços mais intensos sobre o punho fraturado.
Para um tratamento completo entre em contato com a unidade Care Club mais próxima.