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Entendendo a Cannabis Medicinal

Dr. Roberto Beck elucida os principais pontos sobre a cannabis medicinal, um tópico de crescente interesse na medicina e na sociedade devido aos seus potenciais benefícios.

PRINCIPAIS COMPOSTOS

A planta de cannabis contém mais de 150 compostos químicos conhecidos como cannabinoides. Os dois cannabinoides mais estudados e conhecidos são o tetrahidrocannabinol (THC) e o cannabidiol (CBD). O THC é mais conhecido pelos efeitos efeitos psicoativos, enquanto o CBD não tem efeitos psicoativos e tem sido associado a diversos benefícios medicinais.
 
1. Aplicações mais conhecidas:
Dor crônica: Tem sido usada para aliviar a dor em condições como artrite, fibromialgia e câncer.
Náuseas e vômitos: Pode ajudar a reduzir as náuseas e os vômitos em pacientes submetidos à quimioterapia e radioterapia.
Distúrbios neurológicos: Tem se mostrado eficaz no tratamento de convulsões e espasmos musculares em doenças como epilepsia e esclerose múltipla.
Distúrbios do sono: Alguns pacientes relatam melhorias na qualidade do sono com o uso de cannabis medicinal.
Distúrbios psiquiátricos: Está sendo investigado o seu potencial para tratar transtornos de ansiedade, estresse pós-traumático e depressão.

2. Formas de administração: A cannabis medicinal pode ser consumida de diversas formas, incluindo:
Óleos e tinturas: Podem ser tomados por via oral ou aplicados sob a língua.
Cápsulas e comprimidos: Formas farmacêuticas que oferecem dosagens precisas.
Vaporizar: Inalação de vapor em vez de fumaça, o que pode ser menos prejudicial para os pulmões.
Tópicos: Cremes e pomadas que são aplicados na pele.
 

OUTROS CANABIDIÓIDES

Além do THC e do CBD, existem muitos outros cannabinoides presentes na planta de cannabis que têm o potencial de serem usados para fins medicinais.
1. Cannabinol (CBN): O CBN é frequentemente encontrado em quantidades traço na cannabis fresca, mas se torna mais proeminente à medida que a planta envelhece e o THC se degrada. O CBN tem propriedades sedativas e pode ser usado para tratar a insônia e ajudar no alívio da dor.
2. Cannabigerol (CBG): O CBG é considerado o “precursor” de outros cannabinoides, pois se converte em THC, CBD e outros cannabinoides à medida que a planta amadurece. O CBG tem potencial anti-inflamatório e pode ser útil no tratamento de condições inflamatórias, como a doença de Crohn.
3. Cannabichromene (CBC): O CBC tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Pode ser útil no tratamento da dor e da inflamação, além de potencialmente contribuir para a neurogênese no cérebro.
4. Cannabidivarin (CBDV): O CBDV é semelhante ao CBD em muitos aspectos, mas sua estrutura química difere ligeiramente. Está sendo investigado por seu potencial no tratamento de convulsões e distúrbios neurológicos, como a síndrome de Dravet.
5. Tetrahydrocannabivarin (THCV): O THCV é conhecido por sua capacidade de reduzir o apetite, mas também tem potencial no tratamento da diabetes, distúrbios metabólicos e ansiedade.
6. Cannabicyclol (CBL): O CBL é outro cannabinóide que é encontrado em quantidades muito pequenas na planta de cannabis e é menos estudado em comparação com outros cannabinoides mais comuns. Sua pesquisa está em estágios iniciais.
7. Cannabielsoin (CBE): Como o CBL, o CBE é outro cannabinóide que ocorre em quantidades mínimas e é pouco estudado até o momento.

A pesquisa sobre esses cannabinoides menos conhecidos está em andamento, e seus benefícios terapêuticos específicos estão sendo explorados. A variedade de cannabinoides e suas combinações pode oferecer opções mais personalizadas no tratamento de várias condições médicas, mas é importante que esses usos sejam estudados clinicamente para determinar sua eficácia e segurança.

 

Quais são os principais efeitos colaterais esperados?

O uso de cannabis, incluindo cannabis medicinal, pode estar associado a vários efeitos colaterais, que podem variar de pessoa para pessoa e dependem de diversos fatores, como a dose, a forma de administração, a cepa da planta e a sensibilidade individual. Alguns dos principais efeitos colaterais incluem:

Os efeitos colaterais estão principalmente relacionados ao uso recreativo, quando o THC esta presente em grandes quantidades e não há titulação e controle da quantidade. No uso medicinal e controlado por profissional habilitado, os efeitos colaterais são bastante raros e fugazes

  1. Efeitos psicoativos (quando o THC está presente em grande quantidade)
  2. Prejuizo cognitivo de curto prazo.
  3. Coordenação motora reduzida:
  4. Boca seca, olhos vermelhos, taquicardia, hipotensão arterial
  5. Aumento do apetite
  6. Riscos à saúde mental: O uso excessivo de cannabis, especialmente em pessoas com predisposição a distúrbios psiquiátricos, pode aumentar o risco de desenvolver ou exacerbar transtornos mentais, como a esquizofrenia ou o transtorno bipolar.

É importante lembrar que os efeitos colaterais da cannabis podem variar de acordo com o tipo de planta, a cepa, a dosagem e a forma de consumo. É essencial usar a cannabis medicinal com supervisão médica e seguir as orientações fornecidas pelo profissional de saúde para minimizar os riscos e maximizar os benefícios terapêuticos.

 

Como ter acesso à cannabis medicinal?

No Brasil, o paciente deve inicialmente passar por consulta médica ou odontológica com profissional capacitado. Uma vez que se tem a receita, a compra pode ser feita na farmácia ou processo de importação. As medicações importadas tem maior possibilidade e disponibilidade de diferentes canabinoides.

E qual a diferença de concentração do THC em relação ao uso recreativo?

A diferença na concentração de THC (tetrahidrocannabinol) entre produtos de cannabis destinados ao uso medicinal e ao uso recreativo pode variar, mas geralmente há algumas distinções importantes:

A quantidade de THC em um cigarro de maconha, também conhecido como “baseado” ou “cigarro de maconha”, pode variar consideravelmente dependendo de vários fatores, incluindo a cepa da maconha, a qualidade do produto e a forma como foi preparado. Em média, um cigarro de maconha pode conter de 0,5 a 1 grama de cannabis seca.

A concentração de THC nas flores de cannabis pode variar amplamente, geralmente de 10% a 30% ou mais em algumas cepas. Portanto, se um baseado contiver, por exemplo, 0,5 gramas de cannabis com 15% de THC, isso equivaleria a cerca de 75 miligramas de THC. Se o baseado contiver 1 grama da mesma cannabis, ele conteria aproximadamente 150 miligramas de THC.

Já no uso medicinal do THC, a quantidade não costuma passar de 40mg/dia, como dose máxima. Por isso, deve ser  usado com controle rigoroso de dosagem. Apesar de considerado “vilão”, esse canabinóide tem benefícios muito importantes em relação à dor, nauseas, epilepsia refratária, sono entre outros.

Em suma, o uso de cannabis medicinal vem expandindo seus horizontes e indicações cada vez mais com pesquisas robustas e que indicam benefícios consistentes.

Devemos sempre lembrar que o tratamento não é para qualquer pessoa, que não se trata de panaceia e que tratará da solução de todos os problemas do mundo.

O uso da cannabis medicinal tem gerado muitas dúvidas, não é mesmo?

Pensando nisso, convidamos o Dr. Roberto Beck @dr_robertobeck , nosso otorrinolaringologista, para esclarecer os principais pontos do canabidiol (CBD) como opção de tratamento para diversas doenças e condições de saúde.

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