Por que a gente tem a impressão que ganha peso durante o inverno?
Durante o inverno, devido às baixas temperaturas, é normal termos aumento do apetite, pois o nosso organismo realmente gasta mais energia tentando se manter aquecido em comparação com o verão, e a alimentação é uma boa maneira que o corpo encontra para se aquecer, já que as calorias dos alimentos são fonte de energia e calor. Assim, de fato, as pessoas costumam aumentar a quantidade de alimento consumida. Mesmo assim, outros fatores podem contribuir com a “impressão” de ganho de peso, como as próprias roupas utilizadas no inverno e como o inchaço provocado por uma hidratação insuficiente, já que também há uma tendência em diminuir a ingestão de água com o frio.
As comidas “de inverno” engordam mais mesmo? Por que?
É difícil responder essa pergunta de maneira isolada. Na teoria, se consumirmos a mesma refeição em janeiro, a 31ºC, e em julho, a 7ºC, as calorias ingeridas serão as mesmas. Além disso, podemos pensar que se o corpo consome mais energia para se manter aquecido durante o inverno, essa estação poderia inclusive contribuir para o emagrecimento, já que o gasto calórico estaria favorecido.
Mas agora, justamente pela alimentação ser uma forma que o organismo encontra de obter calor durante o inverno, tendemos a priorizar alimentos que além de quentes, acabam sendo mais calóricos do que alimentos mais refrescantes, o que se pode dar pelo acréscimo de molhos à comida, pelo próprio processamento térmico do alimento etc., além de consumirmos mais quantidade, conforme comentado anteriormente. E ainda: é comum que ocorra redução da realização de atividades físicas durante o inverno – por exemplo, alguém deixar de ir a pé até a academia, como fazia no verão, por causa do frio e chuva -, mudança que pode contribuir para aumento de peso sem estar relacionado à alimentação.
Nos dias mais frios, nem sempre apetece comer salada e frutas. Como variar a preparação?
Realmente, durante as temperaturas baixas, é preciso fazer um esforço para não reduzir a ingestão de frutas e vegetais na dieta, lembrando que o preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o consumo mínimo de frutas e hortaliças seja de 400 gramas/dia em cinco ou mais dias da semana. Para ajudar a atingir essa recomendação, nada melhor do que variar as formas de preparo:
1. Experimente assar aqueles alimentos que você sempre consome cru, como tomate ou banana.
2. Invista nas sopas e cremes de vegetais, além dos mingaus de fruta; .
3. Especialmente para o preparo dos vegetais, você pode experimentar salteá-los, uma técnica que, diferente da fritura, utiliza uma pequena quantidade de azeite. Utilize vegetais como brócolis, couve-flor, abobrinha ou cenoura.
4. Você pode acrescentar aos vegetais, alimentos de outros grupos alimentares, como grãos, leguminosas, queijos e ovos. Além de aumentar o aporte de vitaminas e minerais, tornam esses alimentos mais saborosos aos olhos e paladar.
5. Experimente adicionar diferentes molhos (no caso dos vegetais) e caldas (no caso das frutas) sobre as preparações, para tornar mais atrativo o consumo. Cuidado somente com molhos muito gordurosos, geralmente à base de queijos.
Outro hábito que temos no inverno é o consumo de sopas e cremes de legumes. Como fazer um preparo mais equilibrado deste tipo de prato?
O principal cuidado para equilibrarmos o consumo de sopas e cremes está na escolha dos alimentos que farão parte da preparação, sendo importante evitar as carnes e queijos gordurosos, o incremento de sódio excessivo ou outros alimentos que não devem ser consumidos de forma frequente e/ou em grandes quantidades, como as linguiças e demais embutidos. Além disso, reutilizar parte da água obtida a partir do cozimento dos vegetais contribui para diminuir a perda de minerais e vitaminas desses alimentos, tornando uma refeição mais nutritiva.
Queijos, vinhos, risoto, fondue, sopas são algumas das delícias que se consome mais nesta estação. Como não deixar de aproveitar essas coisas sem comprometer a dieta?
Na verdade, o segredo é o mesmo para todas as outras épocas do ano: buscar o equilíbrio. Não há mal nenhum em consumir as preparações citadas acima, inclusive são deliciosas, mas claramente não devem ser realizadas rotineiramente. Então, planeje as suas refeições livres: siga o seu planejamento alimentar incluindo nele essas preparações, de forma harmônica com o restante da sua alimentação, de maneira que você escolha os melhores momentos para consumi-las, de maneira totalmente consciente.
Além disso, uma estratégia para reduzir os exageros é evitar associar o consumo de refeições livres com o consumo de álcool, como o vinho citado. Se possível, priorize um ou outro.
Bebidas quentes como chás podem ser consumidas à vontade? Elas substituem o consumo de água?
Na grande maioria das vezes, os chás podem ser consumidos à vontade: quando não há o acréscimo de outras substâncias para o consumo, como açúcar em sua composição, esses alimentos não possuem calorias significativas e podem ser bons aliados para o aquecimento corporal. No entanto, alguns chás, em doses muito extremas, podem se tornar até tóxicos. Também se recomenda um olhar mais atento aos blends e misturas de chás e shakes, que muitas vezes possuem uma série de aditivos nocivos em sua composição. Embora contribuam para a ingestão hídrica, chás ou qualquer outra bebida, não substituem a ingestão de água, que é essencial para a manutenção da nossa saúde.
A nutricionista deixa a dica de uma salada de frutas com uma pegada mais invernal para quem quer manter o consumo de frutas nos meses mais frios do ano.
Salada de frutas de inverno
Sobremesa – 1h de preparo
Ingredientes
1 xícara (chá) de abacaxi
1 xícara (chá) de banana
1 xícara (chá) de pera
1 xícara (chá) de maçã
1 xícara (chá) de ameixa
1 xícara (chá) de damascos picados
1 xícara (chá) de quinoa
2 estrelas de anis
1 pau de canela
Canela em pó a gosto
Modo de preparo
Depois de lavar, descascar e cortar todas as frutas em pedaços, misture-as e deite-as num tabuleiro de forno. Regue com 1 xícara (chá) de água.
Junte as especiarias e salpique com a quinoa;
Cubra com papel de alumínio e leve ao forno, pré-aquecido a 150º C, por cerca de 1 hora. Sirva polvilhada com canela em pó.
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