A fratura mais comum em cotovelos é a da cabeça do rádio. O rádio é um dos dois ossos do antebraço e sua cabeça é a porção mais próxima ao cotovelo. Ele tem papel importantíssimo no movimento de rotação do antebraço, porque é ele que gira ao redor da ulna (o outro osso desta parte do corpo).
“A fratura acontece em quedas quando a pessoa cai com a mão espalmada no chão e o braço esticado. O rádio bate no úmero e a cabeça sofre o trauma por compressão”, explica o ortopedista Fernando Brandão, especialista em ombro e cotovelo da Care Club.
“Na medicina, chamamos este tipo de fratura de axial (relacionada a eixo], e muitas vezes ela é oculta, ou seja, não aparece em raios X.” Por este motivo, o médico explica que o exame mais indicado para o diagnóstico é a ressonância magnética.”
O primeiro sinal de fratura é a dor já no momento da queda, na face lateral do cotovelo. “A pessoa também costuma sentir dor para esticar o cotovelo e na prono-supinação (rodar para os dois lados) do antebraço”, explica o ortopedista. “E pode haver edema.”
A boa notícia é que, na maior parte dos casos, este tipo de fratura tem pouco desvio, ou seja, os fragmentos do osso não saem do lugar – por isso algumas vezes as fissuras nem aparecem em raio X.
“Quando isso acontece, o tratamento indicado é de uma a duas semanas de imobilização apenas com o uso de uma tipoia. Em geral a recuperação é rápida e o paciente pode seguir com uma rotina leve de exercícios para membros inferiores, por exemplo”, diz Fernando.
Apensar de mais raros, há casos em que a cirurgia é indicada. “Três situações costumam levar ao tratamento cirúrgico: quando a fratura pega uma porcentagem muito grande da cabeça do rádio; quando, mesmo num fragmento pequeno, o rádio desloca-se de maneira que acaba bloqueando a rotação do antebraço; e em fratura-luxações, aquelas que, como o nome indica, vêm acompanhadas de luxação do cotovelo, o que leva ao deslocamento da articulação inteira.”
O ortopedista alerta que, por conta do alto risco de a fratura ser oculta, é importante procurar um especialista quando, após a queda com a mão espalmada, a dor no cotovelo persistir. “A demora no tratamento vai prolongar também o tempo de recuperação”, ele diz.