Calorimetria indireta é apenas o nome dado a um método não invasivo (super tranquilo de ser realizado, para não dizer que é uma delícia pois
você fica deitado por aproximadamente 20 minutos) que determina a sua a taxa metabólica de repouso (TMR), ou seja, a quantidade de energia que seu organismo gasta para manter todas as funções vitais durante o repouso. Esta quantidade de energia é expressa em quilocalorias e possibilita classificar o metabolismo em: lento, normal ou rápido.
Como isso é possível? Aquele número de quilocalorias mencionado acima é obtido a partir da análise do ar inspirado e expirado pelos pulmões. O princípio é simples: para consumir um litro de oxigênio nosso corpo utiliza uma quantidade de calorias, ou seja, sabendo a quantidade de oxigênio consumida podemos determinar o número de calorias que estamos “gastando” e então extrapolar para 24 horas.
Atualmente, existem equipamentos capazes de avaliar também a produção de gás carbônico e consequentemente estimar qual é o tipo de substrato predominantemente utilizado. Se você fugiu das aulas de química, lembre-se que os produtos da quebra de carboidratos e gorduras são gás carbônico e água. Por esse motivo não é possível estimar a contribuição das proteínas que apresentam o nitrogênio como produto final.
Agora vamos entender como estes resultados podem contribuir para os praticantes de atividade física. Simples! Basta imaginar que todas as equações utilizadas para estimar a taxa metabólica de repouso foram desenvolvidas com base em estudos populacionais, sem levar em conta, se eram atletas ou não. Nesse sentido, não restam dúvidas de que o equilíbrio entre a quantidade de calorias consumidas e despendidas é essencial para o rendimento esportivo e embora a literatura ainda seja escassa nessa área, já foi demonstrado que atletas apresentam maior taxa metabólica de repouso do que não atletas. Portanto, subestimar ou superestimar a TMR de atletas pode ter um impacto negativo no rendimento esportivo. Dentre as consequências mais comuns destacam-se a perda de massa muscular e o ganho de massa gorda. Ambos os cenários podem prejudicar o rendimento esportivo e até aumentar o risco de lesões.
A mensagem que deve ficar é: se for possível, utilize a ciência como uma ferramenta na busca de seus melhores resultados. Certamente uma abordagem personalizada das suas necessidades energéticas irá otimizar suas estratégias na prática de exercícios físicos e esportes.