Problemas respiratórios estão entre as principais queixas relatadas por atletas – em especial a rinite e a asma induzidas por exercício. “Mesmo pessoas sem qualquer antecedente asmático na infância podem, eventualmente, começar a ter falta de ar relacionada ao esforço físico”, explica o pneumologista Andre Albuquerque, da Care Club unidade Ibirapuera. Rinite e asma induzidas por exercício tendem a aparecer quando alia-se a prática de modalidades de endurance (de longa duração, em alta intensidade e por longos períodos) a ambientes inócuos – com alta poluição, ar frio ou muito seco. “Sob estas condições, as vias aéreas acabam inflamadas.”
Atletas que já apresentam antecedentes de problemas respiratórios têm mais riscos de a prática esportiva desencadear novas crises. “Mas mesmo quem nunca sofreu com isso deve estar atento, porque pode acontecer”, diz o médico, que lembra que o risco de apresentar asma ou rinite não deve ser um impeditivo para a atividade física regular. “Ao contrário, o exercício é extremamente benéfico e indicado inclusive como tratamento, na grande maioria das doenças respiratórias. É importante, no entanto, que o atleta tenha conhecimento e consiga identificar uma possível crise de asma ou rinite não controladas, para buscar uma avaliação médica. Muitos, quando se sentem mais cansados ou têm falta de ar ou pressão torácica, relacionam isso com queda no condicionamento. E acham que precisam treinar até mais intensivamente, o que é um risco.”
Para diagnóstico e cuidado de questões respiratórias em atletas, a Care Club criou um programa especial. “O programa inclui um teste de esforço específico para a asma induzida por exercício. Ele é uma ferramenta importante no diagnóstico”, diz Andre, que explica que muitas vezes é possível controlar a asma apenas com alterações nos treinos, sem necessidade de medicação. ”O fundamental é identificar o problema, buscar ajuda médica, tratar e seguir nos treinos com saúde.”