Uma palpitação ou batimentos em descompasso. Ao primeiro sinal de um destes sintomas cardíacos, acende-se a luz vermelha. De fato, estes problemas que costumam aparecer durante a prática esportiva são, sim, motivos de atenção. Mas a cardiologista Renata Castro, da Care Club unidade Ipanema, explica que, além de tratáveis, eles podem nunca aparecer, se o atleta passar por checkups periodicamente. “As arritmias realmente acometem praticantes de esportes, em especial aqueles que escolhem modalidades de longa duração”, ela diz. “Por isso é importantíssimo procurar um médico do esporte ou um cardiologista especializado em esporte antes de iniciar qualquer atividade física, e repetir os checkups de tempos em tempos.”
Arritmia é qualquer situação em que há desarranjo ou distúrbio no ritmo do coração, com batimentos irregulares. “Existem arritmias mais simples, aquelas que a maioria de nós tem no dia a dia, como por exemplo as extrassístoles, quando um batimento vem fora do lugar mas que depois o coração se reorganiza, e existem as mais complexas, em que todos os batimentos estão irregulares, descompassados – ou acelerados ou mais espaçados do que no normal”, explica Renata.
Os principais sintomas relacionados às arritmias são as palpitações, uma percepção muito nítida de que o coração esta batendo. Este é o primeiro sinal de alerta. Outro é a ocorrência de tonteiras e/ou desmaios. “A maior preocupação quando estes sintomas aparecem, em atletas, é que algumas doenças que cursam com arritmias são causas de morte súbita durante a pratica esportiva”, alerta a cardiologista.
A principal delas é a miocardiopatia hipertrófica, uma doença do músculo cardíaco (miocárdio) em que parte dele hipertrofia (fica mais grossa), comprometendo seu funcionamento. Outra é a displasia arritmogênica de ventrículo direito, quando o miocárdio (do ventrículo direito) é substituído por tecido fibroso e gorduroso, alterando sua forma e atividade. “Ambas são de cunho genético, e muitas vezes há pessoas na família com esses problemas e nem sabemos. Por isso, o check-up cardíaco em atletas é fundamental para evitar as mortes súbitas, quando falamos de arritmias – porque elas são condições que vão aparecer apenas durante a prática do exercício.
Segundo Renata, outra arritmia comum em atletas, principalmente na população adulta acima dos 40 anos, é a fibrilação atrial – quando se tem batimentos completamente descompassados. Estudos recentes apontaram que é uma arritmia que acomete em especial atletas de alto rendimento e de modalidades de longa duração. “Novamente, a melhor maneira de evitar problemas mais graves é a avaliação médica antes do início da prática esportiva, tanto para medirmos os riscos de fibrilação quanto para fechar diagnóstico e prescrever o tratamento adequado.”